A apertura da exposição “Arpilleras da Resistência Política Chilena” no Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, aconteceu na tarde desta quinta-feira (12/04).
Abriu a exposição Gilberto Elias, dando a benvinda e agradecendo a assistência de todos os presentes. Clara Politi, produtora da exposição retomou a palavra lembrando a importância das arpilleras como meio de resistência das mulheres (familiares de pessoas presas, exiliadas, torturadas e desaparecidas), ao silêncio imposto pela ditadura militar encabeçada pelo General Augusto Pinochet (1973-1989). Clara mencionou as palavras publicadas pela jornalista Sandra Simon no jornal Zero Hora para definir a exposição “uma exposição que mostra praças onde ressoam panelaços, portas de fábrica onde fumegam sopões comunitários, pátios de igrejas onde se ensinam direitos humanos, e ruas por onde passam mulheres com baldes sem água, panelas sem comida, filhos sem escola”.
A diretora do departamento de Direitos Humanos e Cidadania da SJDH, Tâmara Biolo Soares, que contribuiu para realização da exposição na Capital, afirmou que as peças expostas são de grande importância, pois retratam o testemunho vivo e presente do povo chileno: “Hoje vemos aqui uma mostra que contribuiu muito com a memória histórica do Chile. Fico feliz em participar do evento e acho bem importante discutir o tema da ditadura no Brasil”.
O diretor da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, fechou o ato agradecendo a presença de todos os conselheiros da Comissão de Anistia, e lembrado as conexões das ditaduras na América Latina. “Se esta exposição está sendo apoiada pelo projeto Marcas de Memoria da Comissão de Anistia, é porque em primeiro lugar remete à responsabilidade internacional em torno a crimes contra a humanidade onde e quando for que eles aconteçam; em segundo lugar, porque estabelece um marco para a construção de memória desde uma perspectiva latino-americana, sendo que as ditaduras no cone sul da América foram forjadas de forma perversa respondendo a uma disputa pelo território no período da Guerra Fria pelos países centrais, e em terceiro lugar, porque remete ao papel das mulheres na construção de estratégias criativas de resistência a estas violações desde a sociedade civil”.
Também participaram da solenidade, prestigiando a exposição a secretária de Políticas para Mulheres, Márcia Santana, o diretor do departamento de Promoção da Cidadania e de Direitos Humanos da Associação de Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS), Mauro Borba, e o presidente do Movimento de Justiça e Diretos Humanos (MJDH), Jair Krischke.

De direita a izquerda: Gilberto Elias, Márcia Santana, Jair Krischke, Mauro Borba, Paulo Abrão, Clara Politi e Tâmara Biolo
Representantes de movimentos sociais como ALICE, a Marcha Mundial das Mulheres, o PROCON e o Centro de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul estiveram também presentes no ato de apertura.